quarta-feira, 24 de maio de 2017

Temer convoca Exército para conter tumulto na Esplanada.

Informação é do ministro da Defesa Raul Jungmann

    Temer autoriza ação de tropas federais, conforme disse o ministro da Defesa Raul Jungmann



    Após um confronto violento entre manifestantes e a polícia durante um protesto em Brasília, com incêndio e depredações em ministérios, o presidente Michel Temer autorizou a ação de tropas federais nesta quarta-feira (24). Decreto de Garantia da Lei e da Ordem, com validade até 31 de maio, foi assinado por Temer.
    Neste momento, homens do Exército já tomam conta da Esplanada dos Ministérios. A tropa faz já a segurança de vários prédios públicos, como o Palácio do Itamaraty, e tenta ainda dispersar os manifestantes que ainda se encontram por lá.
    Em entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a intervenção do Exército foi solicitada pela Câmara dos Deputados. 
    — Atendendo a solicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mas também levando em conta, fundalmente, que uma manifestação que estava prevista como pacífica degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e ameaças às pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados, que nós estamos nesse momento garantindo a evacuação [dos ministérios]. O senhor presidente decretou, repito, por solicitação do presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem. E neste instante tropas federais já encontram aqui neste Palácio e no Palácio do Itamaraty e logo mais chegarão tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes.
    Jungmann classificou como "baderna" os acontecimentos. 
    — O senhor presidente da República faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna e é inaceitável o descontrole e que ele não permitirá atos como este venham a conturbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições.
    Deputados da oposição criticaram o acionamento o uso da Garantia da Lei e da Ordem para reprimir as manifestações contra o governo do peemedebista que ocorrem na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. O senador Randolfe Rodrigues (REDE – AP) afirmou que fundamento na Constituição Federal que determina que a medida só poderia ser tomada com a autorização do Congresso Nacional.
    A Marcha de sindicalistas começou como uma manifestação pacífica contra as reformas da Previdência e Trabalhista, contra com o governo Temer e por eleições diretas. Perto das 14h, começou um confronto entre manifestantes e a polícia e manifestantes. O tumulto se espalhou pela Esplanada e manifestantes depredaram e atearam fogo em objetos, banheiros químicos e Ministérios, que foram esvaziados

    Oposição ocupa Mesa Diretora da Câmara e pede encerramento da sessão


    Deputados protestam contra a reação da polícia à manifestação em frente ao Congresso
      Parlamentares do PT, PDT, PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora


      Deputados da oposição subiram na Mesa Diretora do plenário da Câmara na tarde desta quarta-feira (24) para pedir o encerramento da sessão. Opositores protestam contra a reação da polícia à manifestação realizada em frente ao Congresso Nacional contra as reformas trabalhista e da Previdência e contra o governo Michel Temer, alvejado por uma crise política após executivos da JBS incriminarem o presidente em delação premiada. O protesto provocou a suspensão da sessão por 10 minutos.
      Parlamentares do PT, PDT, PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora e ficaram ao lado do 2º vice-presidente da Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), que preside a sessão. Opositores gritam palavras de ordem contra o governo como "O povo quer votar diretas já".
      Deputados da base aliada reagiram com protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula na cadeia", gritam parlamentares da base. "Chama a segurança para tirar esses arruaceiros daí", disse o líder do PP, Arthur Lira (AL).
      Os deputados estavam em uma sessão de debates, mas está prevista na pauta da Casa para esta quarta a votação de MPs. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) defendeu a realização de eleições diretas e disse que “Temer precisa sair imediatamente” da presidência do País.
      — A oposição na Câmara dos Deputados veio para cá dizer que não há normalidade nenhuma e ocupamos a mesa da Câmara para que não se vote nada aqui neste momento, porque quanto mais se vota neste plenário da Câmara mais se vota contra os interesses populares.
      Mais cedo, deputados como o líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) relataram reação exagerada da polícia durante o protesto realizado pelas centrais sindicais em frente ao Congresso.

      MERCADO JÁ CONSIDERA QUE MICHEL TEMER NÃO SE SUSTENTA MAIS.

      Consenso é que o governo acabou e agora, resta saber qual será a melhor saída dele. Pelo menos mais dois anos difíceis virão pela frente





      EVARISTO SA/AFP

      Após a primeira interrupção das negociações da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) nesta quinta-feira (18/05) desde outubro de 2008, ano do estouro da crise financeira global, analistas de mercado não tem mais dúvidas que o governo do presidente Michel Temer acabou. O consenso é que o peemdebista não conseguirá mais se sustentar no poder e que o pior dos cenários está se concretizando agora com a denúncia comprometendo o chefe do Executivo feito pelos donos do frigorífico JBS e que foi recém-homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava-Jato.
      O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, é taxativo quanto à sustentação de Temer no poder. “O governo acabou, não tem chance de continuar desse jeito. A expectativa é que o novo presidente seja eleito indiretamente logo e que ele consiga seguir com as reformas encaminhadas. Se for alguém sem traquejo político ficará difícil levar as reformas, especialmente porque o timing estará apertado com o segundo semestre se aproximando com a agenda eleitoral de 2018”, afirmou. Ele avisa que, agora, vai ser difícil para o país sair da recessão. “Dado que parece que tem muita coisa para aparecer ainda, a turbulência ficará conosco por um bom tempo. Serão dois anos bem difíceis daqui para frente”, completou.